Cirurgia plástica

Como começou a cirurgia plástica, esta especialidade cujo nome tem origem na palavra grega plastikos, que significa forma, isto é, a cirurgia que pode mudar o contorno humano transferindo tecidos de uma região para outra? Esta questão representa o histórico desta ciência-arte, história que se confunde com a da própria humanidade.

Desde os tempos mais remotos, o se humano sentiu a necessidade de corrigir imperfeições em seu corpo, principalmente as causadas por acidentes e punições – caso da índia antiga. Relatos que datam de quatro mil anos a.C. informam que práticas de cirurgias reparadoras já eram realizadas entre os hindus. As tribos na época praticavam punições pesadas aos seus integrantes, as mulheres, por exemplo, tinham seus narizes amputados em caso de adultério. Como na época eram permitidas as dissecções anatômicas, abriu-se um grande campo para os experimentos e a cirurgia plástica se desenvolveu.

Os primeiros relatos documentados sobre cirurgia plástica, que se tem notícia, encontram-se no Papiro de Ebers, cerca de 3500 a.C. no qual se relata a realização de transplantes de tecidos. Este papiro data do reinado de Amenofis I, no Egito, tendo sido encontrado num túmulo da necrópole de Tebas e hoje se encontra na biblioteca da Universidade de Leipzig. Ainda no antigo Egito, o papiro de Edwin Smith (aprox. 2500 a.C.) destacou-se como um verdadeiro manual de cirurgia, no qual se faz referências há tratamentos de fraturas mandibulares, nasais, cranianas, entre outros procedimentos cirúrgicos.

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Sushruta, em 2000 a.C., relatou, em um compêndio misto entre o sagrado e o cientifico, importantes descrições sobre reconstruções de narizes mutilados por questões religiosas. E ainda hoje são empregadas técnicas como o “retalho indiano” para reconstrução nasal.

Na antiga Roma também foram feitas importantes descrições sobre cirurgias plásticas. Celsus, que pode ser chamado o Pai da Cirurgia Plástica, nasceu em Roma, sendo o espelho da Escola de Medicina de Alexandria. No seu livro “De Re Medica”, escrito 30 d.C., encontra-se uma segunda referência histórica da especialidade, sendo este o documento médico mais antigo dos manuscritos de Hipócrates. Em seu livro, Celsus, aborda métodos reparadores para nariz, lábios e orelhas com retalho de pele retirados das adjacências. Celsus cuidou de problemas relacionados à correção do entrópio e ectrópio palpebral, da ptose palpebral, sindactília e das fissuras labiais. Segundo Davis, Celsus não era médico praticamente, mas um senhor romano com profundo conhecimento da medicina.

Já na Grécia, no quinto século a.C., eram proibidas as dissecções anatômicas, havia o famosos desejo de respeitar os corpos após a morte. O que não fez com que estudos deixassem de serem feitos. Estudavam-se os animais. “Hipócrates (século V a.C.) deixou descrições de inúmeros procedimentos relativos à Cirurgia Plástica como enfaixamentos, cuidados com a estética de curativos, e até mesmo preocupou-se com a calvície. Claudius Galeno, médico grego que passou a Roma refletindo a escola de Hipócrates, emprestou especial carinho à reconstituição de lesões nasais, auriculares e bucais. Nasceu em Pérgamo, na Ásia Menor. Deixou instruções precisas e claras de como empregar o linho, a seda e o catgut nas ligaduras hemostáticas. Iniciou-se neste período a chamada “desorientação anatômica”, como resultado das crenças religiosas do cristianismo e do profundo respeito devotado aos cadáveres.

Infelizmente grande número dos seus ensinamentos médico-cirúrgico era desprovido de verdade científica. A infalibilidade das teorias galênicas foi sustentada por Leonardo da Vinci e Versalius e outros e assim permaneceram até o século XVII. Após a sua morte seguiu-se a decadência do Império Romano pela invasão bárbara, que mergulhou todo o Velho Mundo num ostracismo caótico incrível.

Em Salermo, foi fundada uma escola de medicina, tendo à frente Rolando de Capezzutti. Henri de Modeville, também da escola de Salermo, faz renascer a técnica rinoplástica. A partir daí, já na idade média, a cirurgia plástica passa pela sua fase mais obscura.

Durante os séculos IX e XIII o monopólio da arte de curar era compartilhada entre o clero e os judeus. As referências à cirurgia plástica foram insignificantes. Apenas algumas queiloplastias (reparação do lábio) e reparações nasais são citadas.

Por muito tempo a história da cirurgia plástica ficou estagnada. Por diversos motivos, principalmente religiosos No decorrer do século XIII o Papa Inocêncio XIII proibia as cirurgias plásticas e as operações em geral. Apesar das experiências feitas as escuras, as coisas só mudaram quando o Papa Sixto V autorizou as dissecções anatômicas em meados do século XVI.

Um novo impulso foi dado com o trabalho de Gaspare Tagliacozzi, médico italiano que em 1587 publicou um livro descrevendo cientificamente a reconstrução de nariz, foi um dos mais importantes cirurgiões plásticos da sua época. Mas foi só a partir do século XIX que a especialidade passou a ser reconhecida como importante ramo da cirurgia, época em que apareceram nomes de pesquisadores importantes, tais como Diefenbach, em 1814; Warren, em 1840; Langenbeck e Billroth, em 1861.

Pouco depois, em 1869, Reverdin publica sua tese, em que mostra a possibilidade de se transferir pele de uma região para outra (o chamado “enxerto livre”). Sobre esta questão, é importante relatar o papel da Igreja, que pressionava os serviços de cirurgia para impedir a continuação da prática reparadora, alegando tratar-se de atividade que ia além do limite dos atos humanos por reparar os desígnios de Deus.

O século XX foi marcado pela grande explosão da cirurgia plástica, que se converteu em interesse social e humanista. As duas grandes guerras mundiais possibilitaram, aos cirurgiões que atuavam no front de batalha, adquirir uma vasta experiência em reparações de feridos, que então puderam transmiti-las ao mundo científico. Dois cirurgiões ingleses da época se destacaram: Sir Harold Gillies e Mc Indoe, em 1920, que assim estabeleceram as bases da nova era.

No Brasil

No Brasil, os cirurgiões mais importantes deste início de especialidade, tais como Antônio Prudente, Ivo Pitanguy, Paulo Correa, tiveram sua formação com esses grandes nomes relatados, introduzindo em nosso território os princípios desta nova modalidade cirúrgica.

Hoje, a cirurgia plástica é reconhecida como um dos mais importantes ramos da Medicina, atingindo uma elevada significância ao melhorar a qualidade de vida de milhares de pacientes operados.

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